"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto. (Rui Barbosa)"

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Arquivo - 01/07/2008 à 01/07/2009

Arquivo de postagens de julho de 2008 à julho de 2009.

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Segunda-feira, 17 de Novembro de 2008


As três vertentes do poder de persuasão.
A primeira vertente do poder de persuasão é o fato deste poder ser um dom. Devemos ter ciência que quando você se vê em uma situação constrangedora onde precisa convencer “alguém” de “algo”, geralmente esse “algo” é mentira, e esse “alguém” quer ser convencido disso. Isso já é um grande “ponto” a seu favor. As pessoas acreditam naquilo que querem ouvir, porque isso será suave, tranqüilizador, fácil de digerir.Você pode pensar que isso não se aplica porque você passou a vida tentando convencer as pessoas de algo que para você é uma verdade. Tentou convencer as pessoas que sua religião é melhor, que sua cerveja é a melhor, que seu time de futebol é o melhor, etc. etc. Mas pare para refletir: Em que momento foi o seu poder de persuasão que transformou a sua verdade era uma verdade para outro? Em um primeiro momento, você pode até convencer a pessoa, fazê-la entender o seu ponto de vista, mas não é isso que vai trazer transformação. Não gosto de generalizar, mas é evidente que contra fatos não há argumentos. A verdade é nua e crua, basta mostrar! Não exige esforço persuasivo. Talvez exija alguma mão de obra para levantar provas, mostrar evidências, e um certo discurso sim, mas usando verdades, e não argumentação sob argumentação. Quanto mais você precisa argumentar, mais mentiras estará contando. Portanto, a segunda vertente do poder de persuasão é que, em caso de mentiras, ele é maléfico, maldito! E geralmente recorremos a ele nestas situações.E a terceira vertente do poder de persuasão é que este é uma ponte direta para o pecado. É um “vírus” que ataca nosso sistema de “bloqueio” do pecado, da mentira, da falsidade. Geralmente, é entendido que podemos mentir sim, porque temos a capacidade de convencer as pessoas daquilo que estamos dizendo. Podemos enganá-las, dissuadi-las. Podemos fazer o que bem entendemos da nossa vida, porque nunca seremos pegos, nunca seremos desmascarados.Portanto, seguindo as três vertentes que na minha opinião sustentam este poder, podemos classificá-lo como um dom maldito que usamos para pecar, mentir e enganar. Por Deus, não sei se alguém vai se identificar com isso que eu estou escrevendo aqui. Só espero, desesperadamente, que alguém se identifique.Podemos transformá-lo em benção? É claro! Você que como eu, conhece Jesus, pode usar seu poder de persuasão para convencer alguém que Ele é tudo aquilo que sabemos que Ele é. Isso será suficiente? É claro que não. Seu poder de persuasão vai levá-lo ao convencimento, mas nunca ao convertimento. Mas como eu disse, este poder é um dom, um caminho, um meio, que podemos usar para levar às pessoas a salvação. E é isso que eu pretendo fazer daqui em diante.O poder de persuasão convence, mas não transforma. Você pode convencer um sujeito que Jesus é a melhor opção, mas se esse sujeito não sentir ou vivenciar Jesus, ele abandonará esse pensamento. Você pode convencer alguém de uma mentira, mas nada fica oculto para sempre, cedo ou tarde, a verdade vem à tona. Portanto, use seu poder de persuasão com sabedoria, para que vá bem.Tks.Du.


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Terça-feira, 19 de Agosto de 2008

Acredite: Você se tornará exatamente o contrário.
Levou muito tempo para eu entender que uma escolha custa muito caro. Toda "escolha" é dolorida, complexa, árdua. Como se não bastasse, a "escolha" é uma credora insensível e implacável, que cobra sua dívida até que de uma forma ou de outra, você pague por ela. Não adianta apenas fazer a sua escolha, mas você tem que pagar o preço. E quanto mais eu demorei a entender isso, quanto mais eu delonguei pagar o preço das minhas escolhas, mais juros ela me cobrou, e quando dei por mim, já não podia mais arcar com toda aquela "dívida". Nesse momento, meus irmãos, tudo foi tirado de mim, e eu descobri que todas as escolhas que eu havia feito na vida, eram nulas, sem valor. Nunca haviam se consolidado.A lição que eu levo disso tudo é que, se você precisa fazer uma escolha, faça logo! Porém, não se esqueça de pagar o preço que ela cobra!Ser "Santo" custa caro. Quer ser "santo"? Pague o preço! Ou então não será nem "Santo", nem "mundano". Então, cairá na malha fina da mornidão. Aquela mornidão que dá ânsia de vômito em Deus. E acredite, você não vai gostar de pagar este preço.Ser honesto custa caro. Ser fiel custa caro. Ser honrado custa caro. De nada adianta escolher ser santo, fiel ou honrado, se não pagar o preço por eles. Fazendo assim, você se TORNARÁ EXATAMENTE O CONTRÁRIO.Como foi difícil entender isso, meu Deus.Deus Abençoe.Du.


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Segunda-feira, 28 de Julho de 2008

Encontre-o. E então: Mate!
Você já mudou algum conceito pra livrar-se do peso de um pecado? Acho que todos fazemos isso. Mudamos as regras do jogo a nosso favor, para que nossos atos sejam justificados. Mas não adianta. Você pode morrer de procurar, de orar, de pesquisar, e a única coisa que você vai encontrar é que Deus te ama, mas abomina o seu pecado.Em determinado momento, o conceito de pecado é "pensar", mas quando você então "pensa", o conceito de pecado passa a ser "fazer". E quando você "faz", o conceito de pecado passa a ser "continuar fazendo", e quando você continua fazendo, o conceito de pecado passa a ser "se conformar com isso"... e finalmente quando você "se conforma", então você encontra uma desculpa, uma justificativa ou um bom motivo pra continuar pecando.A lógica é simples. Possuímos discernimento necessário para compreender o que é e o que não é pecado. Então, quando identificá-lo, lute somente contra ele (pecado), e não contra a sua consciência. Mate o pecado! Corte o mal pela raiz. Essa é uma idéia bem simplória, porém eficaz. Pelo menos, está sendo pra mim.Tks.Du.



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Sexta-feira, 18 de Julho de 2008

Renovar Parte 3 (Final)
Em uma semana que a “parte dois” ficou no ar, pelo menos cento e vinte pessoas visitaram meu blog. Isso sem contar quem entrou, leu e saiu do blog, porque este número corresponde somente às pessoas que clicaram no link do meu perfil. Acho que este blog não tem contador de acessos, ou se tem, ainda não descobri onde fica.Enfim, é interessante como as pessoas lêem “bloggs” né? E mais interessante ainda é que quase ninguém deixa comentário. Mas mesmo assim, estou muito feliz pelo fato de tanta gente ter acessado meu blog. Cento e vinte pessoas é dez vezes mais gente do que a quantidade de pessoas que eu encaminhei o link do blog para leitura. E meu blog foi muito mais longe do que eu poderia imaginar. Ele foi lido por pessoas que eu nem conheço, de outras cidades... Recebi alguns e-mails, fiquei muito feliz!Enfim, lá vai a parte final...XxxxxxxxxxxxxxxxxxxPARTE 3 (FINAL)Já defendi e acreditei em idéias que hoje não acredito mais porque deixei de permitir que os "outros" interpretassem a palavra de Deus para mim. Em Romanos, aprendemos que a fé vem do "ouvir" a palavra de Deus, (Rm 10:17), porém, Paulo ensina acerca especificamente do Evangelismo, sobre confessar a fé em Cristo, sobre, em termos mais abrangentes, converter-se ao cristianismo. A conversão sim vem do ouvir, e é disso que Paulo fala, e não sobre a manutenção da nossa fé! A manutenção da nossa fé não vem somente pelo ouvir não, muito pelo contrário, vem principalmente da leitura da palavra, do falar, do trocar idéias, DO PRATICAR A PALAVRA, do debater a palavra. O que EU vejo hoje em nossas igrejas é um rebanho que só ouve! Um rebanho carente de diálogo, de leitura, de argumentação. Tal grupo afirma que determinada maneira de se vestir é definitivamente proibido por Deus, e outro grupo declara que isso não existe. Um grupo diz que Deus proíbe uma determinada prática, outro diz que não. Dentro de uma mesma igreja, em um mesmo templo, em uma mesma liderança existem divergências de idéias, como é que vamos saber a verdade? Por que tantos ensinamentos contrários hoje em dia?Atualmente eu faço parte de uma instituição da qual me afastei da liderança já há algum tempo Não tenho interesse em criar contenda com meus amados amigos e irmãos, muitos deles, “mais chegados que irmãos de sangue mesmo”, rs... Eu só acho que precisamos renovar alguns conceitos.Imagine a seguinte situação. Você mora com seu irmão, só vocês dois. Em um determinado dia, voltando do trabalho você passa na padaria e compra dois pães para seu próprio desfrute. Chega em casa, vai para o banho e deixa os pães encima da mesa para comer mais tarde. Antes de ir para o banho, adverte seu irmão, que comprou os DOIS pães para comer sozinho. Quando volta do banho, percebe que seu irmão roubou-lhe um pão e comeu. Não há dúvidas que este irmão pecou não é mesmo? Mesmo sabendo que o pão não lhe pertencia, e aproveitando-se da sua ausência, degustou o delicioso pãozinho, imagino eu, com manteiga!Você fica muito irado com seu irmão por causa do ocorrido, e resolve não falar mais com ele pelo resto da noite.No dia seguinte, novamente voltando do trabalho, seu coração pesa e você se arrepende de ter sido tão duro com o seu irmão. Resolve então novamente comprar dois pães, só que desta vez, pretende dividir um pão com seu irmão. Ao chegar em casa, você não encontra seu irmão, deixa os pães sobre a mesa e vai banhar-se. Após pouco tempo, seu irmão chega, vê os dois pães encima da mesa e pensa que novamente você comprou dois pães para comer sozinho. Após refletir um pouco, e receoso de provocar-lhe ira, seu irmão acaba sendo vencido pela fome novamente e come um pãzinho. O pão era dele! Mas ele sabia disso? Não. Na mente gatuna de seu irmão, ele está novamente roubando-lhe! Portanto, peca!O pecado não está no ato que nós fazemos, mas sim, naquilo que acreditamos! Todos nós sabemos que não existe problema nenhum em vestir um shorts, ou uma bermuda, porém, um Pastor que ensina ao seu rebanho que um homem não pode usar calças curtas não pode se prestar, mesmo que escondido, a usar tais calças curtas! Ele peca! O que eu quero dizer com isso? Quero dizer que olhamos tanto para o copo de cerveja do irmão, e esquecemos que o pecado pode estar no pãozinho com manteiga!Enfim, falando sobre a conduta de um cristão, tudo pode ser resumido da seguinte forma, e esta é a conclusão, a síntese de tudo que eu quis dizer até agora: Tudo se resume em três princípios básicos: “Amar a Deus acima de todas as coisas; Amar ao próximo como Cristo nos amou; e finalmente, ir e pregar o evangelho” Só! Tudo que seja possível proceder está conglomerado dentro destes três princípios. Aquilo que não estiver no mínimo não é tão importante. Concordo que não exista pecado grande e pecado pequeno, e que a gravidade do pecado esteja na sua conseqüência, mas é evidente que existe sim preceitos Bíblicos mais importantes que outros, e não sou eu quem diz isso não! Quem diz isso é o próprio Jesus, (ver Mateus 23:23). Em minha opinião, o “mais importante” da Lei de Deus para a nova aliança pode ser resumida somente nesses três mandamentos. Aquele que estiver com estes três mandamentos rigorosamente em dia, aquele que amar ao próximo exatamente como a si mesmo; aquele que levar consigo a palavra de Deus, pregar o evangelho e batizar em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, esse sim, pode começar a dar prioridade para o restante, desde que não negligencie os demais. A maioria dos irmãos não sabe nem o que significa o “Ide e pregai o Evangelho”! Porque perdemos tanto tempo nos preocupamos com preceitos menos importantes? Matheus 23:23 pra nós!!!E eu, Eduardo Muller, amo o próximo como amo a mim mesmo?Não.Na verdade, eu amo mesmo os meus amigos, minha família. Do resto, uns eu tenho pena, outros eu tenho repulsa, outros sou indiferente. Mateus 5:43-48 e Tiago 2:8-10 pra mim!!!Vamos acordar para aquilo que é realmente importante no Reino de Deus. Quem não amar ao próximo, (sendo ele amigo ou inimigo) como a si mesmo, será condenado por transgredir a lei! Leia o livro de Tiago em todo o seu contexto, tire suas conclusões e veja se eu estou errado! Agora, o que acontece com o pobre coitado que não dizima? Vai pro inferno? Meu Deus, a preocupação da Igreja de hoje com o devorador na vida dos irmãos me comove!Enfim, para mim, é impossível julgar um pecado sem conhecer o coração de quem “peca”, mesmo que a pecadora seja a Dercy Gonçalves.Reino de Deus para mim é isso: “Amar a Deus acima de todas as coisas; amar ao próximo como a ti mesmo; ir e pregar o evangelho”.Somente para refrescar, não sou contra o Dízimo, só acho que Deus realmente abençoa aquele que o faz com o coração, como ato voluntário. No domingo passado (20/07/08), durante o culto à noite, meu Pastor fez uma comparação fantástica no momento dos dízimos e ofertas. Ele leu João 3:16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito para que todo o que nele crer não pereça,mas tenha a vida eterna”, e comparou o amor de Cristo para sua Igreja, com o amor que temos para com Ele. Foi um paralelo magnífico! É inegável que dizimar ou oferta por amor a Jesus, por amor ao Seu sacrifício, e com o coração voluntário é muito mais realizador do que entregar por obrigação o dinheiro que imaginamos nem nos pertencer. E é por essas e outras que eu acredito definitivamente que Dízimo não é lei, nem obrigação. Estamos acima da lei! Costurar o véu é renegar o sacrifício de Cristo na cruz, e se dependesse apenas de mim, já poderíamos queimar o véu de uma vez para que não haja perigo de alguém costurá-lo novamente!O problema é se alguém resolver construir um biombo!Obrigado.Eduardo Muller.



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Segunda-feira, 14 de Julho de 2008

Renovar (Parte 2)
Não tenho intenção nenhuma de propor uma revolução, e muito menos propor uma nova religião. Longe de mim. Se for possível dizer que algo de revolucionário se aproxima do que eu quero dizer, então diríamos que seria uma “crítica ao universo evangélico”. Nós, evangélicos, criticamos tanto a religiosidade, mas agimos como “perfeitos religiosos”, muitas vezes, colocando os interesses de instituições à frente dos interesses divinos. Nesta segunda e terceira parte, gostaria de divulgar alguns motivos pelos quais não acredito mais nesta igreja, não desprendo mais meu tempo nesta obra, não dizimo mais, e, em tempos eleitorais, não voto mais em políticos que compram pastores para arrebatar o rebanho eleitoreiro, como já votei diversas vezes, e em absolutamente cem por cento das vezes me arrependi.Como já disse na parte um deste texto, é preciso renovar nossos conceitos, pois os tempos mudam, a cultura muda, a sociedade muda, e, portanto, mudamos também. Entretanto, Deus continua exatamente o mesmo. Somos livres para adorar, porém, não existe de fato liberdade plena, nem tão pouco liberdade absoluta. A liberdade absoluta existe subjetivamente, dentro de cada um de nós. O que eu quero dizer sobre liberdade é que, não é determinada situação, ou determinado lugar, ou determinada religião que lhe tornará livre, mas sim, a renovação destes conceitos dentro de nossas mentes. A não renovação de idéias aprisiona as pessoas, e é por isso que ainda existem mulheres peludas, barbas compridas, e avantajados ternos sob nosso tropical clima brasileiro.Quer exemplo mais prático de renovação do que a própria Bíblia? A Bíblia é um livro que se perpetua pelos séculos, sempre atual, e mantêm-se assim devido a sua extrema subjetividade. Entretanto, como podemos discernir entre o “correto” e o “errado”, principalmente em tempos atuais onde prega-se e interpreta-se este livro de milhares de maneiras diferentes? Proponho então o seguinte exercício. Esqueça que você é Cristão, que você é pastor, padre, evangelista, ou que possui qualquer outro título eclesiástico. Esvazie a sua mente de todos os “pré-conceitos” que já existem dentro dela, e depois sim, leia a Bíblia. Leia a Bíblia como literatura mesmo. Eu fiz isso, não com a toda a Bíblia, ainda, mas já pude ler uma boa parte dela. Após essa leitura, pode imaginar qual a conclusão que cheguei? Cheguei ao remate de que Jesus Cristo é o único e suficiente salvador de nossas vidas. Que Jesus é o filho de Deus, e que morreu na cruz para livrar-nos da morte eterna! Simples não é? Não! Discordo que quem diz que a Bíblia é simples, porque a Bíblia é extremamente complexa, complicada, de difícil interpretação e de sentido literário muito perigoso. A mensagem final é bem simples, porém, para atingir essa idéia, percorre-se um caminho intrincado e cheio de armadilhas.Dizer ao povo, por exemplo, que dizimar significa “obedecer a um mandamento de Deus” é um absurdo sem tamanho. Isso não existe. Imaginem quantos deixam de pagar uma conta de água, ou uma conta qualquer, para entregar na igreja o que, no juízo deles, nem lhes pertence.O dízimo não é proibido, e acredito eu, honroso por aqueles que praticam conscientes de que trata-se de um gesto voluntário, e não o cumprimento de uma obrigação. Mesmo no novo testamento, existem citações sobre o dízimo, mas de forma alguma, isso se aproxima de uma idéia de mandamento, como era no antigo testamento.Tenho pena de quem possui capacidade de discernimento e torna-se vendido pelo dinheiro. É absolutamente claro que, não estamos mais sob a lei de Moisés, o véu foi rasgado! O momento dos dízimos e das ofertas nos cultos são as ocasioes que, hora me fazem rir, hora me fazem chorar. É impressionante como os textos bíblicos são manipulados para persuadir o povo.No antigo testamento, existem exemplos da prática de dizimar, muito antes da lei de Moisés. Em Gênesis 14:18-20 Abraão deu um dízimo a Melquisedeque, após o resgate de pessoas tomadas de Sodoma em uma guerra. Em outra ocasião, Jacó prometeu dar a Deus dez por cento de sua prosperidade, (Gênesis 28:22). Em nenhuma dessas situações, trata-se de um mandamento de Deus, mas sim, um ato voluntário. O mandamento surge, de fato, na lei de Moisés. Aí sim, ela é indiscutível, (Levítico 27:30-33; Números 18:21-32; Deuteronômio 12:1-19; 26:12-15).Um trecho bastante utilizado por pregadores é Malaquias 3:8-10: “8 Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas. 9 Vós sois amaldiçoados com a maldição; porque a mim me roubais, sim, vós, esta nação toda. 10 Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós tal bênção, que dela vos advenha a maior abastança”.Malaquias foi um judeu, que pregava para outros judeus. Viveu sob a lei de Moiséis e seu objetivo era animar outros Judeus à também viverem sob a lei de Moiséis. Observe bem: Malaquias pregava para outros Judeus, (ver Malaquias 1:1). Por acaso, você é Judeu? Por tratar-se do último livro do Velho testamento, existe a impressão de que as idéias deste livro deveriam ter força de lei nos dias de hoje, pois do contrário seriam “inúteis” existirem por tão pouco tempo. Esse conceito subliminar existe para muitas pessoas, mas isso é uma grande bobagem. Malaquias foi mesmo o último livro do velho testamento a ser escrito, porém, estima-se que foi escrito por volta de 450 anos A.C., na mesma época de Neemias, após o tempo de Daniel. Este livro foi o último “falar” de Deus para com o povo de Israel antes de João Batista, quase cinco séculos depois.Jesus reconheceu a autoridade da Lei, e viveu sob sua autoridade. Em contrapartida, Jesus nunca ensinou que a prática do dízimo seria parte da nova aliança. Mesmo na Lei, Jesus criticou os Judeus que, enquanto negligenciavam preceitos mais importantes da lei, aplicavam cuidadosamente a lei do dízimo (Mateus 23:23).Em Mateus 22:15-22 vemos um texto sobre o pagamento dos impostos a César. Muitos citam esta passagem para justificar que os impostos devem ser pagos porque “pertencem ao governo”, e o dízimo deve ser entregue, porque “pertence a Deus”. Já vi muito disso em muitas igrejas. Mas é evidente que Jesus trata a imagem de César na moeda como referencia às coisas materiais. “Dêem a Cesar o que é de Cesar...”, “... e a Deus...”, (em uma clara alusão contrária a idéia anterior), “... o que é de Deus”. Portanto, o que Jesus quer dizer é: "Dêem à Deus as coisas espirituais, dêem à Deus o louvor, o amor, o espírito, e não dinheiro! Pelo amor de Deus!Antecipando possíveis críticas, quero lembrá-los que na parte um desde post (01/07), eu disse que nossa fé é baseada em experiências espirituais, portanto, entendo que devemos demandar a Deus o discernimento correto de sua palavra. Entretanto, estou tentando espiritualizar o menos possível esta segunda parte, para que todos consigam compreender o que quero dizer, e não somente as pessoas que professam a fé em Deus da mesma forma que eu.Faço isso porque estou farto de sujeitos conhecedores e dominadores da Palavra de Deus. Na sua maioria, são alienados da realidade da vida. Muitos deles poderiam ler este texto, e contradizer com dezenas de citações bíblicas tudo o que eu disse até agora. Dominam a palavra de Deus, mas não conhecem o ser humano. Vivem como se Jesus Cristo fosse voltar amanhã, e levar consigo seus corpos, mulher, filhos, roupas, carros, templos, casas, instrumentos, ternos e microfones. Esquecem-se de que tudo que constroem nesse mundo servirá para a manutenção do reino do Anti-Cristo. O Anti-Cristo usará todos os nossos templos para usufruto próprio, não sei como, mas com certeza objetivando PESSOAS, que andam meio esquecidas por nós. Tem se dado mais importância aos ritos e aos costumes do que para propriamente almas e pessoas. Meu avô, que era pastor em 1950, fazia exatamente a mesma coisa que fazemos hoje: Olha que cronograma bonito: Abertura; louvor; recados; dízimos e ofertas; pregação; ministração e encerramento. Uma vez por mês, substituem a ministração pela ceia. Ah, tenha dó! Como pode ainda alguém dizer que não está na hora de renovar?Insisto em dizer que não prego uma revolução, mas sim uma renovação, de dentro para fora, em cada um de nós!E aqui eu passo o corte, para que não se alongue mais. Continua na parte 3!.Obrigado!!!Eduardo Muller



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Terça-feira, 1 de Julho de 2008

Renovar (Parte 1)
É fantástico como o exercício de ''incubar as idéias'' lhe mostra o quanto de bobagem você pode dizer ao longo da vida. Às vezes, leio alguma coisa que escrevi há muito tempo, e tenho vontade de embocar a cabeça na primeira fenda que encontrar. Muitas vezes tomado pela emoção, outras pela vontade de ser percebido por alguém. O fato é que escrever é muito bom, e ser lido é mais ainda.Incubei por duas semanas a idéia de criar este blog. E incubei por dois dias este texto. Pra que criar um blog? O que dizer? Para quem?Percebi que nada disso importa. O bacana mesmo é escrever para você mesmo! Para que perceba o quanto evoluiu, o quanto regrediu, o quanto mudou, ou o quanto continua o mesmo. Resolvi então iniciar este blog escrevendo sobre liberdade, que dá tema ao próprio blog. Outro dia, lendo Leonardo Bobbio meditei sobre o assunto e percebi que muitas fases da minha vida foram vividas em conceitos pobres de liberdade, o que me tornava, em termos, privado da verdadeira liberdade.Eu já fui livre uma vez. Em tempo, percebi que na realidade eu era um escravo, e escravo de muitas coisas: “Escravo do pecado”; “escravo do vício”; “escravo da mentira”. Percebendo isso, decidi que deveria então ser livre de verdade. Para isso, transformei todos os meus conceitos, valores e idéias que até então faziam parte do meu caráter, em novos conceitos, valores e idéias. No entanto, cometi um erro gravíssimo ao me transformar em alguém que eu não queria ser, e conseqüência disso, essa nova liberdade tornou-se uma nova escravidão, de modo que precisei libertar-me novamente. Entretanto, não consegui encontrar outra forma de me libertar que não fosse voltar ao passado, e viver como se nunca tivesse passado por aquilo. Mas nada disso me trouxe a liberdade que eu tanto buscava. Uma liberdade que paradoxalmente eu não sabia explicar como era. Quando me dei conta, estava escravizado como na primeira vez. Para onde ir agora?Renovar foi a palavra chave. Nada que não seja capaz de se renovar é capaz de ser livre. Leonardo Bobbio disse em seu livro “A era dos Direitos” – “Somente uma LIBERDADE EM PERIGO é capaz de se renovar. Uma liberdade INCAPAZ de se renovar transforma-se em ESCRAVIDÃO”. Transformei esse pensamento para a realidade do que estava vivendo, e pude perceber, totalmente distinto da idéia de Bobbio, que a Palavra de Deus é viva, e que não são somente as misericórdias de Deus que se renovam a cada dia, mas também, o conceito de muitas coisas, inclusive o conceito de ser livre.Como podemos firmar somente na extensão literária da Palavra de Deus uma fé que é fundamentada em experiências espirituais? Ora, o que dá fundamento para nossa fé são as promessas cumpridas, o mover de Deus, a experiência da presença de Deus. Sem isso, a Bíblia seria somente um livro, onde poderíamos encontrar fundamento para absolutamente tudo que se faz em nome de Deus nessa Terra. E se os tempos mudam, as culturas mudam, e os costumes mudam, podemos dizer que Deus continua absolutamente o mesmo, mas com certeza, o seu agir no meio de nós não.Não adianta buscar a verdade em livros, pessoas ou pregações. Recentemente, tive muito medo de perder alguém que eu amo muito. E isso fez, pela primeira vez na minha vida, que eu fosse realmente grato pelo mover de Deus. Antes disso, era tudo da boca pra fora. Só agora pude perceber que a presença de Deus é real, e que é na sua presença que devemos buscar a verdade das coisas.Na Bíblia fundamenta-se muita coisa. Geralmente, interpreta-se pelos conceitos já existentes dentro da mente do leitor. O que nos dá a certeza da nossa fé é a experiência com Deus, e a Sua confirmação de que estamos no caminho certo. E, se imaginarmos a satisfação de um filho que recebe um elogio de seu pai, imagine nós, recebendo a aprovação de ninguém menos que o próprio Deus? Existe uma forma mais esplêndida de ser livre?Renovei quando tive medo, e tornei-me livre novamente. Talvez eu até possa ter sido livre de verdade algum dia, mas dormi no tempo. Sou livre. Sim. Até quando? Não sei. Talvez até que seja necessária uma nova renovação.Renovar povo!!!Que isso fique registrado. A idéia que dá título ao blog, para que eu não me escravize outra vez.Eduardo.